Objetivo
Estudar e expor os elementos das histórias em quadrinhos como arte e expressão atrelados inerentemente à cultura humana, possibilitando usá-las de forma interdisciplinar demonstrando a sua função idiossincrática mediadora e facilitadora em termos de projeto para a construção do conhecimento, em particular no ensino a distância.
Para tanto, será construído um portal virtual que permitirá também responder a muitas outras questões relacionadas ao mundo das Histórias em Quadrinhos. Ele será acessível 24h por dia, permitindo o estudo e reconhecimento da linguagem das HQ, tirando dúvidas no momento que convier ao seu usuário. Isso dará condições plenas para conhecer, entender e usar as HQ na escola e nos cursos à distância proporcionando o conhecimento necessário para o professor usá-las eficazmente em prol da educação, mediando e orientando numa jornada inter e transdisciplinar, dentro de um momento em que o sistema de ensino procura opções para melhorar sua qualidade e resolver o problema da evasão escolar.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
terça-feira, 2 de junho de 2009
AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Resumo
Este trabalho mostra como as histórias em quadrinhos (HQ) podem contribuir com os cursos de educação à distância, valorizando a vivência interdisciplinar. Também propõe, capacitar professores especializando-os na linguagem das HQ, dando condições plenas para conhecer, entender e usá-las na escola, por meio de um portal que será criado na internet.
Palavras-chave: Educação; Educação à Distância; Histórias em Quadrinhos; Interdisciplinaridade
Introdução
Os cursos de Educação à Distância (EAD) estão crescendo e se consolidando no cenário da educação. É uma realidade cada vez mais presente nas escolas e Universidades. Compreendem todas as práticas intencionalmente dirigidas ao processo de ensino e aprendizagem, em que professor e alunos se encontram em lugares e/ou horários determinados. Ficam separados agindo em momentos distintos, cada um no seu tempo, na sua hora, com sua disposição e vontade, mas também mediante horários previamente acordados, ligados à tecnologia online. O aluno pode intervir em grupo ou individualmente. Apesar de não estarem ocupando o mesmo espaço físico juntos, professor e aluno podem permanecer em contato, usando as tecnologias da comunicação, criadas com o objetivo de facilitar a vida das pessoas. O aluno pode usar apenas o computador, o computador conectado à internet, uma webcam, uma câmera digital, um celular etc, juntos ou separadamente nos seus estudos.
O avanço das tecnologias foi possível porque as descobertas não ficaram isoladas, se integraram, permitindo o seu aprimoramento. Essas novidades estão provocando mudanças no panorama do ensino e aprendizagem, em especial na educação à distância, forçando as instituições de ensino a se adaptarem ao novo paradigma.
Os estudantes de educação à distância assumem uma postura diferente dos que são presenciais. Começam a perceber que o conhecimento pode estar em todos os lugares e isso dá autonomia necessária ao desenvolvimento pessoal. Na busca do conhecimento específico, o educando incorpora outros saberes promovidos pelo envolvimento com as tecnologias, aprende a usar os meios de comunicação presentes nas práticas sociais sem mesmo freqüentar uma escola. Hoje com um computador em casa, o adolescente inicia seu processo aprendendo por conta própria, basta ver as descobertas que fazem diante dos videogames, Orkut, Messenger, etc.
Por ser um processo contínuo de aprendizagem com aproveitamento dos meios disponíveis para tal, essa característica de participação e vivência, constitui um processo interdisciplinar. Ocorre com a leitura de uma revista, assintindo vídeos, ouvindo música, indo ao teatro, vendo um filme, lendo quadrinhos, além dos usos específicos como pesquisas na internet, videoconferências etc.
O conceito de educação à distância pode ter começado com a criação dos livros, já que é possível transportá-los e escolher hora e lugar para apreciar seu conteúdo. Os correios deram um bom impulso, mas os avanços tecnológicos foram cruciais para sua disseminação.
Para o desenvolvimento da educação à distância, não bastam as tecnologias. A construção do conhecimento deve englobar os contextos sociais, culturais, políticos, econômicos e pessoais, fazendo professores e alunos compartilharem juntos esse processo de ensino e aprendizagem, vinculando as experiências reais do educando às competências que venham ampliar este saber inicial, a fim de dar sentido e significado aos conteúdos apreendidos. É uma forma de ver e sentir o mundo em sua infinita rede de relações, em sua complexidade, diversidade e autonomia.
Uma iniciativa para a articulação dos conhecimentos escolares nos cursos à distância é trabalhar com projetos de maneira interdisciplinar para dar maior dinamismo às aulas, com uma intercomunicação entre as disciplinas, preservando os interesses próprios de cada uma, através de projetos que as integrem. Nessa relação se evidencia o chamado centro de interesse, método de aprendizagem cujo tema deve interessar o aluno e inclusive ser sugerido por ele estabelecendo relações com seus conhecimentos anteriores e assimilando novos.
Trabalhar com interdisciplinaridade, significa restabelecer um diálogo entre as disciplinas que se encontram fragmentadas; é dar sentido às matérias estudadas, inserindo os acontecimentos, as práticas e as diversidades culturais do meio em que vivemos.
As HQ foram formadas por várias modalidades artísticas e literárias distintas, que constituem a interdisciplinaridade e os cursos de educação à distância também, por usarem múltiplos meios para atingir seu objetivo que é ensinar. Só conteúdo racional não é suficiente para garantir uma aprendizagem eficiente. Nesse processo é importante usar os meios disponíveis, não esquecendo que existe uma relação humana, professor e aluno a mercê das simpatias ou antipatias, influenciando no processo de ensino (e isso não se exime nos cursos de EAD). Uma educação calcada apenas na razão pode comprometer a intuição inibindo a criatividade.
A emoção é inerente à humanidade e as HQ se colocam no eixo da assimilação do conhecimento, auxiliando no encaminhar da emoção, junto à informação. Deve-se esclarecer que não se está falando da emoção provocada pela história, e sim, de elementos que foram incorporados e criados nas HQ para esse fim.
Nos cursos de EAD, as orientações de como o aluno deve proceder para estudar, aproveitar o tempo, sua conduta durante as aulas etc, bem como o material para os estudos, são passados em forma de narrativas, ou seja através de exposição, relatos e descrições, sejam orais ou escritas.
Experiência de narrativa visuais é o que as HQ têm. É um know how de mais de cento e cinqüenta anos, usando, criando e experimentando formas de contar histórias (narrar), expondo os mais variados acontecimentos para públicos de diferentes idades.
Como expressão de arte, as HQ são necessárias, pois contribuem para a melhora do ensino, já que são artísticas e de conteúdo interdisciplinar, além de atuarem no hemisfério direito criativo (Andraus, 2006), sendo que o ensino tradicional pecou por usar textos racionais cartesianos exclusivamente, os quais incidem no hemisfério esquerdo, tirando a emoção, o prazer na aula, e afastando a atenção dos alunos.
Como as HQ atraem a atenção dos leitores? Serão as imagens, o dinamismo das figuras, a composição dos quadros, as linhas expressivas, a tipologia, a forma narrativa, os personagens cativantes, as onomatopéias, os balões, os splashs, todos juntos? O projeto pretende desvendar os elementos que tornam as HQ uma imprescindível ferramenta auxiliadora nos curso de educação à distância.
Os cursos à distância precisam de materiais de estudo bem elaborados, mais auto-explicativos, com mais desdobramentos. O envolvimento equilibrado a razão com emoção é, em outra palavras, o planejamento e a flexibilidade.
As HQ possuem uma dinâmica não-linear que envolve o observador permitindo uma assimilação mais proveitosa, um entendimento natural e consistente. Tem um ritmo que respeita os saberes adquiridos e o tempo de cada um.
Para conseguir isso, as HQ dominaram vários elementos da comunicação visual que juntos ou separados estimulam os sentidos e provocam sensações. Desenvolveram uma metodologia própria, composta por uma rede de conhecimentos que se entrelaçam com base em critérios que podem ser subjetivos; representativos, o que vemos e identificamos como realidade; abstratos, componentes emocionais que evocam qualidades sinestésicas; e simbólicos, aos quais são atribuídos significados.
Se a escola não unir os meios conhecidos de comunicação e as políticas sociais presentes na vida dos alunos, continuará se distanciando de sua missão. O governo, bem intencionado procurar fornecer material para as bibliotecas das escolas, incentivado pelos PCN, comprando HQ, mas peca por não consultar os especialistas da área e não preparar os professores.
Porém, para melhor serem utilizados em seu potencial imagético-literário informacional, as HQ demandam reconhecimento de sua estrutura da linguagem, e também do conteúdo de seus títulos, que atualmente estão sendo lançados em formatos de livros e álbuns e vendidos em livrarias.
É necessário, então, que haja um aconselhamento abalizado de como utilizar as HQ, bem como de quais títulos podem ser adquiridos pelo governo. Para tal fim, seria melhor haver antes uma consulta aos pesquisadores da área específica das histórias em quadrinhos, que poderiam também dar cursos de capacitação aos professores a fim de melhorar seus conhecimentos do uso e da leitura da linguagem das HQ. (Andraus, 2007).
Este projeto ampliará o campo de atuação dos professores dando sentido às suas aulas e mantendo-os sempre atualizados usando os conceitos da interdisciplinaridade como algo em constante transformação, como as HQ que se renovam continuamente auxiliando os educadores a se tornarem também produtores de conhecimento. O governo procura incentivar essas relações através do PNBE, mas ainda falta completar esse ciclo, como concluiu Bari (2008) em sua pesquisa, respondendo ao blog dos quadrinhos produzido pelo também pesquisador Paulo Ramos a seguinte pergunta:
Blog - O governo federal distribui quadrinhos às escolas do ensino fundamental desde 2006. Como você analisa esse programa [chamado PNBE, Programa Nacional Biblioteca na Escola]?
Valéria Bari- O programa, assim como o elenco de políticas públicas que visam incentivar o gosto pela leitura e a formação do leitor, esbarra em uma limitação muito importante: a falta do acompanhamento do uso que o material disponibilizado recebe. Assim, as histórias em quadrinhos disponibilizadas recentemente aos estudantes, assim como outras amostras de leitura infanto-juvenil, não estão alcançando toda a sua potencialidade na formação do leitor. É necessário que as políticas públicas contemplem a formação dos professores, a inserção da leitura como atividade-fim nas grades curriculares, a formação natural de espaços de leitura dentro e fora dos espaços escolares.
Além disso, assim como o Blog dos Quadrinhos[1] cumpre parte da proposta dos pesquisadores de HQ, em suprir lacunas de informação concernentes às artes das HQ, verifica-se a Internet como outro meio que evolui rapidamente, e que está modificando o panorama da escola e dos cursos tradicionais, por meio desses cursos à distância.
A agência FAPESP (2008) divulgou o trabalho de um grupo de professores da Universidade de Brasília (UnB), coordenado pelo professor Marcelo Hermes Lima, utilizando a Internet para a transmissão de aulas e a criação de blogs científicos e aulas na internet, valorizando tais iniciativas que expandem a comunicação democratizando o conhecimento (fig. 01):
fig. 01
A informática – a mais nova das mídias - faz parte do cotidiano e do mundo do trabalho, pois antes de ser um produto de mercado, é uma prática social, promovendo o desenvolvimento tecnológico dos países, visando a solução de problemas pessoais e sociais. Com a consciência e o uso crítico destas tecnologias, as conexões da rede virtual se multiplicam beneficiando as relações humanas, confirmando a necessidade para a qual foram criadas.
Com esse projeto, que visa a utilização interdisciplinar das HQ por vias virtuais em EAD, pretende-se construir também um portal na internet para formação de professores à distância quanto ao uso da linguagem das Histórias em Quadrinhos (HQ), a fim de que, no portal (sempre em atualização), os conteúdos principais acerca da linguagem dos quadrinhos, sua importância, seu entendimento, as obras disponíveis etc, possam ser utilizados plenamente online durante os cursos de EAD.
[1] http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/
Este trabalho mostra como as histórias em quadrinhos (HQ) podem contribuir com os cursos de educação à distância, valorizando a vivência interdisciplinar. Também propõe, capacitar professores especializando-os na linguagem das HQ, dando condições plenas para conhecer, entender e usá-las na escola, por meio de um portal que será criado na internet.
Palavras-chave: Educação; Educação à Distância; Histórias em Quadrinhos; Interdisciplinaridade
Introdução
Os cursos de Educação à Distância (EAD) estão crescendo e se consolidando no cenário da educação. É uma realidade cada vez mais presente nas escolas e Universidades. Compreendem todas as práticas intencionalmente dirigidas ao processo de ensino e aprendizagem, em que professor e alunos se encontram em lugares e/ou horários determinados. Ficam separados agindo em momentos distintos, cada um no seu tempo, na sua hora, com sua disposição e vontade, mas também mediante horários previamente acordados, ligados à tecnologia online. O aluno pode intervir em grupo ou individualmente. Apesar de não estarem ocupando o mesmo espaço físico juntos, professor e aluno podem permanecer em contato, usando as tecnologias da comunicação, criadas com o objetivo de facilitar a vida das pessoas. O aluno pode usar apenas o computador, o computador conectado à internet, uma webcam, uma câmera digital, um celular etc, juntos ou separadamente nos seus estudos.
O avanço das tecnologias foi possível porque as descobertas não ficaram isoladas, se integraram, permitindo o seu aprimoramento. Essas novidades estão provocando mudanças no panorama do ensino e aprendizagem, em especial na educação à distância, forçando as instituições de ensino a se adaptarem ao novo paradigma.
Os estudantes de educação à distância assumem uma postura diferente dos que são presenciais. Começam a perceber que o conhecimento pode estar em todos os lugares e isso dá autonomia necessária ao desenvolvimento pessoal. Na busca do conhecimento específico, o educando incorpora outros saberes promovidos pelo envolvimento com as tecnologias, aprende a usar os meios de comunicação presentes nas práticas sociais sem mesmo freqüentar uma escola. Hoje com um computador em casa, o adolescente inicia seu processo aprendendo por conta própria, basta ver as descobertas que fazem diante dos videogames, Orkut, Messenger, etc.
Por ser um processo contínuo de aprendizagem com aproveitamento dos meios disponíveis para tal, essa característica de participação e vivência, constitui um processo interdisciplinar. Ocorre com a leitura de uma revista, assintindo vídeos, ouvindo música, indo ao teatro, vendo um filme, lendo quadrinhos, além dos usos específicos como pesquisas na internet, videoconferências etc.
O conceito de educação à distância pode ter começado com a criação dos livros, já que é possível transportá-los e escolher hora e lugar para apreciar seu conteúdo. Os correios deram um bom impulso, mas os avanços tecnológicos foram cruciais para sua disseminação.
Para o desenvolvimento da educação à distância, não bastam as tecnologias. A construção do conhecimento deve englobar os contextos sociais, culturais, políticos, econômicos e pessoais, fazendo professores e alunos compartilharem juntos esse processo de ensino e aprendizagem, vinculando as experiências reais do educando às competências que venham ampliar este saber inicial, a fim de dar sentido e significado aos conteúdos apreendidos. É uma forma de ver e sentir o mundo em sua infinita rede de relações, em sua complexidade, diversidade e autonomia.
Uma iniciativa para a articulação dos conhecimentos escolares nos cursos à distância é trabalhar com projetos de maneira interdisciplinar para dar maior dinamismo às aulas, com uma intercomunicação entre as disciplinas, preservando os interesses próprios de cada uma, através de projetos que as integrem. Nessa relação se evidencia o chamado centro de interesse, método de aprendizagem cujo tema deve interessar o aluno e inclusive ser sugerido por ele estabelecendo relações com seus conhecimentos anteriores e assimilando novos.
Trabalhar com interdisciplinaridade, significa restabelecer um diálogo entre as disciplinas que se encontram fragmentadas; é dar sentido às matérias estudadas, inserindo os acontecimentos, as práticas e as diversidades culturais do meio em que vivemos.
As HQ foram formadas por várias modalidades artísticas e literárias distintas, que constituem a interdisciplinaridade e os cursos de educação à distância também, por usarem múltiplos meios para atingir seu objetivo que é ensinar. Só conteúdo racional não é suficiente para garantir uma aprendizagem eficiente. Nesse processo é importante usar os meios disponíveis, não esquecendo que existe uma relação humana, professor e aluno a mercê das simpatias ou antipatias, influenciando no processo de ensino (e isso não se exime nos cursos de EAD). Uma educação calcada apenas na razão pode comprometer a intuição inibindo a criatividade.
A emoção é inerente à humanidade e as HQ se colocam no eixo da assimilação do conhecimento, auxiliando no encaminhar da emoção, junto à informação. Deve-se esclarecer que não se está falando da emoção provocada pela história, e sim, de elementos que foram incorporados e criados nas HQ para esse fim.
Nos cursos de EAD, as orientações de como o aluno deve proceder para estudar, aproveitar o tempo, sua conduta durante as aulas etc, bem como o material para os estudos, são passados em forma de narrativas, ou seja através de exposição, relatos e descrições, sejam orais ou escritas.
Experiência de narrativa visuais é o que as HQ têm. É um know how de mais de cento e cinqüenta anos, usando, criando e experimentando formas de contar histórias (narrar), expondo os mais variados acontecimentos para públicos de diferentes idades.
Como expressão de arte, as HQ são necessárias, pois contribuem para a melhora do ensino, já que são artísticas e de conteúdo interdisciplinar, além de atuarem no hemisfério direito criativo (Andraus, 2006), sendo que o ensino tradicional pecou por usar textos racionais cartesianos exclusivamente, os quais incidem no hemisfério esquerdo, tirando a emoção, o prazer na aula, e afastando a atenção dos alunos.
Como as HQ atraem a atenção dos leitores? Serão as imagens, o dinamismo das figuras, a composição dos quadros, as linhas expressivas, a tipologia, a forma narrativa, os personagens cativantes, as onomatopéias, os balões, os splashs, todos juntos? O projeto pretende desvendar os elementos que tornam as HQ uma imprescindível ferramenta auxiliadora nos curso de educação à distância.
Os cursos à distância precisam de materiais de estudo bem elaborados, mais auto-explicativos, com mais desdobramentos. O envolvimento equilibrado a razão com emoção é, em outra palavras, o planejamento e a flexibilidade.
As HQ possuem uma dinâmica não-linear que envolve o observador permitindo uma assimilação mais proveitosa, um entendimento natural e consistente. Tem um ritmo que respeita os saberes adquiridos e o tempo de cada um.
Para conseguir isso, as HQ dominaram vários elementos da comunicação visual que juntos ou separados estimulam os sentidos e provocam sensações. Desenvolveram uma metodologia própria, composta por uma rede de conhecimentos que se entrelaçam com base em critérios que podem ser subjetivos; representativos, o que vemos e identificamos como realidade; abstratos, componentes emocionais que evocam qualidades sinestésicas; e simbólicos, aos quais são atribuídos significados.
Se a escola não unir os meios conhecidos de comunicação e as políticas sociais presentes na vida dos alunos, continuará se distanciando de sua missão. O governo, bem intencionado procurar fornecer material para as bibliotecas das escolas, incentivado pelos PCN, comprando HQ, mas peca por não consultar os especialistas da área e não preparar os professores.
Porém, para melhor serem utilizados em seu potencial imagético-literário informacional, as HQ demandam reconhecimento de sua estrutura da linguagem, e também do conteúdo de seus títulos, que atualmente estão sendo lançados em formatos de livros e álbuns e vendidos em livrarias.
É necessário, então, que haja um aconselhamento abalizado de como utilizar as HQ, bem como de quais títulos podem ser adquiridos pelo governo. Para tal fim, seria melhor haver antes uma consulta aos pesquisadores da área específica das histórias em quadrinhos, que poderiam também dar cursos de capacitação aos professores a fim de melhorar seus conhecimentos do uso e da leitura da linguagem das HQ. (Andraus, 2007).
Este projeto ampliará o campo de atuação dos professores dando sentido às suas aulas e mantendo-os sempre atualizados usando os conceitos da interdisciplinaridade como algo em constante transformação, como as HQ que se renovam continuamente auxiliando os educadores a se tornarem também produtores de conhecimento. O governo procura incentivar essas relações através do PNBE, mas ainda falta completar esse ciclo, como concluiu Bari (2008) em sua pesquisa, respondendo ao blog dos quadrinhos produzido pelo também pesquisador Paulo Ramos a seguinte pergunta:
Blog - O governo federal distribui quadrinhos às escolas do ensino fundamental desde 2006. Como você analisa esse programa [chamado PNBE, Programa Nacional Biblioteca na Escola]?
Valéria Bari- O programa, assim como o elenco de políticas públicas que visam incentivar o gosto pela leitura e a formação do leitor, esbarra em uma limitação muito importante: a falta do acompanhamento do uso que o material disponibilizado recebe. Assim, as histórias em quadrinhos disponibilizadas recentemente aos estudantes, assim como outras amostras de leitura infanto-juvenil, não estão alcançando toda a sua potencialidade na formação do leitor. É necessário que as políticas públicas contemplem a formação dos professores, a inserção da leitura como atividade-fim nas grades curriculares, a formação natural de espaços de leitura dentro e fora dos espaços escolares.
Além disso, assim como o Blog dos Quadrinhos[1] cumpre parte da proposta dos pesquisadores de HQ, em suprir lacunas de informação concernentes às artes das HQ, verifica-se a Internet como outro meio que evolui rapidamente, e que está modificando o panorama da escola e dos cursos tradicionais, por meio desses cursos à distância.
A agência FAPESP (2008) divulgou o trabalho de um grupo de professores da Universidade de Brasília (UnB), coordenado pelo professor Marcelo Hermes Lima, utilizando a Internet para a transmissão de aulas e a criação de blogs científicos e aulas na internet, valorizando tais iniciativas que expandem a comunicação democratizando o conhecimento (fig. 01):
fig. 01
A informática – a mais nova das mídias - faz parte do cotidiano e do mundo do trabalho, pois antes de ser um produto de mercado, é uma prática social, promovendo o desenvolvimento tecnológico dos países, visando a solução de problemas pessoais e sociais. Com a consciência e o uso crítico destas tecnologias, as conexões da rede virtual se multiplicam beneficiando as relações humanas, confirmando a necessidade para a qual foram criadas.
Com esse projeto, que visa a utilização interdisciplinar das HQ por vias virtuais em EAD, pretende-se construir também um portal na internet para formação de professores à distância quanto ao uso da linguagem das Histórias em Quadrinhos (HQ), a fim de que, no portal (sempre em atualização), os conteúdos principais acerca da linguagem dos quadrinhos, sua importância, seu entendimento, as obras disponíveis etc, possam ser utilizados plenamente online durante os cursos de EAD.
[1] http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/
Objetivo do blog
Concentrar as informações a cerca das histórias em quadrinhos em um espaço que possa esclarecer, mostrar, ensinar e apresentar o universo diversificado das hq, para profissionais de áreas distintas.
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